segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Chopim e o Tico-tico


Quando você vir um casal de tico-tico alimentando um filhote preto com quase o dobro de seu tamanho, não se assuste o filhote e um CHOPIM (Molothrus bonariensis). Esta espécie não constrói ninho e a fêmea põe 4 ou 5 ovos por postura, sendo 1 no ninho de cada hospedeiro. O tico-tico (Zonotrichia capensis) é muito parasitado e a adaptação vantajosa para o chopim é a postura de seu ovo antes, ou no mesmo dia, daquela do primeiro ovo do hospedeiro. Como o período de incubação do chopim é de 11 ou 12 dias, um a menos do que o do tico-tico, seu filhote, que é bem maior, nasce antes. Desta forma, o filhote do chopim pode eliminar do ninho seus companheiros tico-ticos ou receber mais alimento, tendo maior probabilidade de sobrevivência. Quando abandona o ninho o filhote chopim é alimentado pelos pais adotivos por 15 dias, solicitando alimento no bico através de um chamado característico, abaixando o corpo e tremulando as asas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Bugio


BUGIO - O RONCO DA FLORESTA

Quem já ouviu os rugidos crescentes vindo da mata, deste belo primata. Primeiro um em seguida outro e depois outro, cada um mais forte que o outro. São os bandos de bugios mostrando a sua localização para outro bando. O grito é a sua característica mais importante (um ronco forte que pode ser ouvido com até 5 km de distância) que pode durar por minutos e até horas. Costuma ser emitido também quando são observados outros grupos se aproximando ou quando algum individuo invade o seu território. A amplificação da potência desses sons é obtida graças a um pequeno osso, o hióide, situado entre a laringe e a base da língua.
Apesar do ronco meio que assustador, vindo de um macaco barbado e com cara de poucos amigos, o Bugio (também conhecido como Guariba ou Macaco barbado), é um bichinho tímido que vive em pequenos grupos de 3 a 12 indivíduos, de ambos os sexos e várias idades, chefiados por um macho adulto dominante, facilmente reconhecido por sua cor vermelho –alaranjado. Alimentando-se principalmente de folhas, brotos, flores e caules de trepadeiras, os Bugios vivem aproximadamente 20 anos e seu período de gestação leva de 4 a 5 meses. Após nascidos, os filhotes ficam agarrados nas costas da mãe por alguns meses, aprendendo tudo com o bando entre um ano e meio a dois anos, quando então atinge a maturidade.
A espécie encontra-se ameaçada de extinção, principalmente devido à destruição de seu hábitat, tráfico destes animais e também à caça indiscriminada. Sua carne e pele são muito apreciados pelos índios e caboclos. Recentemente um surto de febre amarela no Rio grande do Sul, provocou a caça e a matança indiscriminada do macaco Bugio. É que pessoas desinformadas vêem o animal como culpado pela doença e segundo os biólogos, a opinião é justamente o contrário: entre os macacos, o Bugio é o mais sensível à febre amarela Por isso, quando picado pelo transmissor, o mosquito da febre amarela silvestre, ele morre em até cinco dias, tornando-se o alerta aos seres humanos de que a doença pode estar naquela região.O bugio não transmite a doença da Febre Amarela, ele é uma sentinela, nos avisa que a doença está naquela localidade. Além disso, eles não são agressivos e têm um papel importante no equilíbrio ecológico. Se um bugio for encontrado morto ou doente, ele não deve ser retirado da mata. Acione um veterinário ou a prefeitura para fazer a retirada do material para exame. Agora que você conhece nosso amigo Bugio, não o incomode mais, sinta-se um privilegiado em morar em um lugar que ele ainda habita e ouça com alegria o “ronco da floresta”.

Eu e ela (a preguiça ou bicho-preguiça)


Esta preguiça apareceu atravesando a rua, soltei-a no meio da árvores de uma trilha.
A preguiça é um mamífero sem dentes que vive pendurado nas árvores brasileiras. Elas têm um rosto pequeno e parecem que estão sempre sorrindo. Alimenta-se de folhas frescas de ingazeira, tararangá, embiruçu e embaúva (árvore-da-preguiça). Esses bichos são assim preguiçosos por causa do calor. Como eles têm o corpo coberto de pêlos grossos, não podem se agitar muito porque senão suam para valer. O bicho-preguiça, cujo nome científico é Bradypus variegatus, tem como estratégia de sobrevivência os movimentos lentos e silenciosos e a pelagem que se confunde com as árvores, desviando a atenção dos predadores naturais. Natural da Mata Atlântica e da Amazônia. Vivem até 9 anos. Animais de hábitos solitários, os machos e as fêmeas só se encontram para acasalar. A gestação dura de seis a oito meses, nascendo apenas um filhote, entre os meses de agosto e setembro. Quando adulto, um bicho preguiça pode pesar até cinco quilos e medir 59 centímetros da ponta do nariz a ponta da cauda. O filhote mama durante um mês, permanecendo com a mãe até os cinco meses, para aprender a se locomover e se alimentar sozinho.

Arapaçu-grande